Tuesday, June 14, 2016

O inicio de uma carreira....

recém-licenciada no desemprego este foi o post que "um dia" postei....


Levanto os olhos e apercebo-me que o tempo passou.

Foi em Janeiro de 2012 que me lancei no mercado de trabalho em portugal. Recordo-me nessa altura que era capaz de trabalhar pelo ordenado mínimo ou até de forma gratuita. Eu queria experiência.
Iniciei um estagio curricular na minha área em Janeiro deste ano ( no meu 24º aniversário). A empresa que me contratou não era a melhor empresa do mundo e os colegas de trabalho idem aspas.
Aprendi vagamente a matéria que diz respeito à minha área pois ocupava grande tempo a fazer coisas "inuteis" como fazer recados, ora vai ao banco, ora vai aos correios... Admito que no inicio até nem me importava mas com o passar do tempo fartei-me de ser "menina de recados".
9 meses depois o meu estagio termina e a empresa propôs-me ficar.
" - Oferecemos-te 485€ e um contrato sem termo!
- 485?! - Perguntei? 
- Não queiras subir tudo de uma vez! poderei arredondar para os 500€! "
9 meses depois já não queria apenas o ordenado mínimo nacional. Achava que o meu trabalho valia mais que isso. Saí furiosa do escritório dele. Os meus colegas de trabalho vieram falar comigo a incentivar-me a aceitar pois o mercado de trabalho estava muito mau.
Cheguei a casa e pesquisei ofertas de trabalho. Vi uma na minha área no centro da cidade. Pesquisei por demais escritórios na cidade e registei moradas e contactos.
No dia seguinte, como habitualmente, fui fazer os recados da empresa  e acabei por aproveitar e fazer alguns desvios. Aproveitei a lista que tinha desenvolvido no dia anterior e fui entregar os CV pessoalmente, inclusive da empresa no dia anterior vi a oferta de trabalho.
No dia seguinte esta empresa ligou-me e marcamos entrevista para o dia seguinte.
Fui à entrevista e fiquei.
"- Começas a trabalhar amanhã?!
- Amanhã?? Pode ser no dia seguinte?! "
Cheguei ao escritório com sorriso nos lábio e um comunicado a fazer aos meus colegas.
"Arranjei trabalho. amanhã é o meu ultimo dia de trabalho aqui" 
Tentaram animar-me a ficar e até propuseram, eles próprios, falarem com o boss numa tentativa de me aumentarem o salário de modo a eu poder ficar!
"não vale a pena. Eu vou mesmo sair daqui."

Iniciei funções nesta segunda empresa em meados de Novembro de 2012.
Trabalhávamos cerca de 10 mulheres. Ao fim de um ano tinha sobre a minha responsabilidade cerca de 30/35 empresas. Gostava do sentido de responsabilidade mas, ao mesmo tempo comecei-me a aperceber do exagero de trabalho que tinha. Trabalhava cerca de 10h por dia sem desligar os olhos do monitor, sem respirar, sem tempo para lanchar e também não ganhava por aí além. Comecei a perder visão e tive varias vezes necessidade de mudar a graduação das lentes.
Um dia tive uma discussão feia com o meu patrão, eu tinha razão. Nesse dia jurei para mim mesma que há primeira oportunidade saí-a dali.
De cada vez que lhe dizia que ía tirar feras ele respondia algo do género -  "outra vez?!"  - "já não foste à dois meses?" .... Havia algo que ele estava habituado e que eu contornei - as minhas colegas só tiravam 10 dias úteis de férias por ano, eu não!!!! Sempre fiz questão de tirar de férias todos os dias a que tinha direito!
A relação empregada-patrão era quase de pavor. Sempre que era necessário falar com o "big boss" as minhas colegas tremiam, daí o medo de pedir para tirarem ferias. (Isto parece surreal)
Não foi de todo uma passagem em vão pois foi aqui que, indiretamente, fui "criada" e educada na forma como me organizo e me planeio. 
Fiquei neste empresa de Novembro de 2012 a Janeiro 2015.
Foi também aqui que ganhei um cruzeiro sozinha pela mediterrâneo. Leia mais aqui -> cruzeiro-malaga-cartagena-e-ibiza-2-9.html


Em Dezembro de 2014, o destino apresentou-me uma oferta de emprego num outro escritório. Enviei o CV espontaneamente e fui chamada à entrevista.
Foi também em Guimarães!
Acabei por ser a seleccionada. 
Aqui o pessoal não tinha nada a ver com aquilo a que estava habituada. Eu estava habituada a ouvir falar de vernizes, famosos, reality shows, essas coisas todas instruídas e deveras importantes (acho que vou vomitar). 
Neste novo espaço as conversas e atitudes eram diferentes mas havia algo que não era diferente - O excesso de trabalho. 
Iniciei funções dia 19 de janeiro, (o dia que deveria te começado seria o 16 mas achei melhor não voltar a fazê-lo :) ). 
Em maio deste ano senti-me entrar num abismo com o excesso de cansaço que tinha em cima de mim.  Fui andando e em setembro bati no fundo. Data em que saí da empresa. 

Mantive-me desempregada, propositadamente até janeiro de 2016, data em que começo a enviar CVs. 
De uma coisa eu tinha a certeza - Escritórios de contabilidade nem pensar! A escravatura já passou há uns bons anos. 
Em fevereiro envio o meu CV para uma empresa, que não sabia muito bem qual era a atividade mas pelo menos não parecia ser um escritório de contabilidade. 
Fui chamada à entrevista e juro, eu ia mesmo reticente "será que é um escritório de contabilidade?!"  "Se for eu venho-me já embora". 
Entrei na empresa e a primeira impressão foi - "Ok parece bonita!"
A entrevista foi feita normalmente, a oferta para contabilista era para algo bem diferente daquilo que eu estava habituada. 
levem esta frase para a vida
"A oferta é para fazer a contabilidade de uma empresa que nós temos no Brasil!"

Ou seja, fazer a contabilidade de um país diferente do nosso era de todo um desafio para mim. 
No final da entrevista perguntou-me se tinha alguma pergunta a fazer - " sim tenho! Será para dar horas extras todos dias? Não tenciono fazer disso rotina!" (não fui tão bruta. Ele riu-se e disse-me que não ( e de facto não). Eu tinha que saber porque se assim fosse não queria aquilo para nada. 
Outro momento da entrevista foi:
 "Qual é a atividade desta empresa? É que eu tentei perceber mas...." 
Ele riu-se-  "É uma empresa de certificados digitais!" E explicou-me mas chegou ao fim e eu fiquei a perceber quase o mesmo. 
É a única empresa pública no pais com esta atividade. 

Chamou-me à segunda entrevista a informar que aceitava o salário que eu pedia, e acrescentou com o maior "descaramento" - "hmm não pedes nada de extraordinário!"

WHATTTTTTTT?

O meu horário de trabalho são 7h30 com 30 minutos de tolerância por dia, ou seja, poderei trabalhar 7h se assim pretender. 
Temos fruta, pão, bolos e café disponível. Temos um excelente ambiente em sala. 
Ao mesmo tempo que eu, entrou também o Miguel como estagiário, eu e ele fazemos uma equipa e diga-se não poderia ter escolhido um parceiro melhor. Prova disso foi o mérito que o patrão nos deu este mês - um salário extra para cada um de nós pelo trabalho impecável que fizemos.

Consegui três coisas, 
Trabalhar na parte da contabilidade de uma empresa, como sempre quis. 
Trabalhar no meio de informáticos, eu adoro informática e estou constantemente a aprender. 
E acima de tudo, consegui qualidade de vida!!!
Esperem, e já sei falar brasileiro , "imagina só"!!!!!




Monday, June 13, 2016

Carta de condução e dinheiro - Está tudo congelado!

Desta vez não foi preciso a interversão das finanças para congelar tudo....

Resumidamente, muito resumidamente...

A Dona Arlinda (my mom) um dia destes perdeu a carteira.
Procurou em todos os sítios e nada. Foi ao talho, foi à drogaria e até à policia municipal de Felgueiras. Ninguém tinha visto a carteira cor de rosa.
A Dona Arlinda tornou-se "uma ilegal" no nosso país.
Passaram-se 10 dias e a carteira apareceu. Estava em estado de preservação. Estava dentro de uma saca preta na arca congeladora!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!???????!!!!!!!!

Isto lembrou-me aquele episódio na BMS. Numa manhã "complicada" andava eu pelo escritório à procura do meu telemóvel. E nada, não o encontrei. Chegou-se a hora de almoço e.... qual não é o meu espanto quando encontro o meu telemóvel na prateleira do frigorífico mesmo ao lado do meu almoço.