Sunday, December 18, 2011

DEPRESSÃO - MAIS QUE UMA DOENÇA PSICOLÓGICA, o mau estar social.

Já conto 44 dias, ou noites, que aquele frio no estômago me continuava a atormentar. Ando triste e isso agrava-se ao final de cada dia quando entro no quarto e à minha volta apenas vejo as quatro paredes ao alto. Depois, era aquele silencio atormentador que ajudava com que a solidão se agrava-se dentro de mim. Deitei-me vagarosamente, com suspiros graves, só conseguia pensar o quanto sozinho me sentia. 
A Joana, a minha melhor amiga, desde longa data, parece andar diferente comigo, também, agora namora com aquele "paspalho" do Roberto. O Roberto é um rapaz inteligente e todos o admiram, ou porque é o melhor da turma, ou porque é bonito, ou porque joga basquetebol, ou sei lá, se calhar acabo é por sentir inveja dele. A Mónica, a minha namorada, quer dizer, acho que continuamos a namorar, pelo menos quando ela tem um tempinho livre envia-me uma mensagem querida a tentar  mostrar que gosta de mim, mas, lá no fundo ela tem é pena de mim, ninguém no seu perfeito juízo gosta de uma pessoa assim, como eu. Se calhar era mesmo melhor acabarmos, não faz sentido alguém estar com outro só por pena. É verdade que ela me envia mensagens, mas são raras as vezes que quer estar comigo, inventa sempre uma desculpa "desculpa amor, hoje prometi aos meus pais que jantava com eles", "desculpa meu chocolate, sabes o quanto te amo mas prometi sair com as meninas para recordar os velhos tempos", é assim que ela indirectamente de distancia de mim, às vezes penso que tem outro, não sei. 

Dia 53
Sinto-me tão sozinho que hoje tentei falar com a minha mãe, mas ela já não me consegue olhar como filho, nem quis saber o que tinha para lhe dizer, argumentou-se apenas "espero que não me venhas dizer que tiraste negativa no exame...", respondi-lhe que não, que queria apenas falar sobre, mas ela nem me deixou acabar protestando-se contra mim, sem sequer me ter ouvido "não vais insistir em adiar os estudos, pois não?" ... Não respondi, no fundo eu só queria falar, gritar-lhe que estou farto do mundo, que estou farta da escola, como ela já sabe, que estou farto de ser insignificante, que ESTOU FARTO DE VIVER, mas .. depois faltou-me a coragem, e foi aí que, larguei a cozinha e fui para o quarto. 
Depois de já estar deitado, além do frio no estômago senti um aperto no coração, foi então que mais uma vez, em mais um dia, desfiz-me em lágrimas, lágrimas desesperadas de solidão, mais uma vez pensei "quero dormir e acordar amanha, por favor, quero dormir"... 
No dia seguinte, acordei, não me apetecia ir às aulas, não me apetecia tocar guitarra pois esta já não me fascinava como antes, o facebook era sempre a mesma treta de quem não tem mais que fazer, poderia ir correr para o parque da cidade, mas..., não me apetecia, queria apenas ficar ali deitado, encolhido entre os cobertores a pensar na merda da vida que eu tinha.
Suspirei. Suspirei ainda mais grave.
Apeteceu-me chorar outra vez, aquele choro sufocante passou a ser normal também de manha. 
Levantei-me, lavei a cara, mas sempre com aquela cara de poucos amigos, ou na verdade, de nenhum, ninguém gosta de mim, mas eu compreendo que isso aconteça, eu não valho nada....
...
61º dia
Hoje é outro dia, até correu bem, quando coloquei uma duvida à professora de informática analítica ela pareceu-me ignorar como todos os outros me ignoram, mas não, ela estava à procura de uma resposta no computador, quando já tinha desistido de saber a resposta ela dirigiu-se a mim e mostrou-me no programa que usamos nas aulas a resposta à minha dúvida. Senti-me bem porque pelo menos ela quis saber de mim. 
Tenho saudades da Mónica, não me apetece estar com ela porque tenho medo de não conseguir fazê-la sorrir como antes então tenho desmarcado-me dela. Acho que ela nem se tem importado, agora está sempre a sair com o pessoal da turma dela, está sempre a "gabar" o pessoal, cada um é melhor que outro, enfim, só mesmo eu para não o ser. 

77 dia 
Mais um dia que vim sozinho para casa, já é a minha rotina, eu sei, mas hoje enquanto caminhava da paragem para casa não consegui conter as lágrimas. Quando cheguei a casa, encontrei em cima da mesa o jantar com um papelzito "fui a tia Orquidia levar castanhas. Janta e depois arruma o teu prato". Suspirei. 
"Jantar?? sozinho? já não chega andar o dia todo sozinho?? "supliquei que o meu pai volta-se do trabalho, mas ele só volta no Natal, como sempre. Tenho saudades de quando era mais novo e me sentava com ele no sofá a assistir ao "tonécas". 
Não jantei.
A Mónica ligou-me passava pouco das 21h, convidou-me para sair com o pessoal "fixe" da turma dela, dei uma desculpa qualquer, mas ela insistiu. Acabei por sair, fomos a um café que segundo ela, "é o nosso café, vimos cá varias vezes", parecia ser acolhedor. 
Na mesa, todos falavam, excepto eu, afinal não tinha nada para contar, só me apetecia estar em casa na minha cama, ou então sozinho a deambular pelas ruas, não ali, naquela multidão de pessoas sorridente. 
Não me consigo encontrar em lugar nenhum, será o mesmo que dizer, não consigo ser feliz esteja onde estiver. Foi então que algo perturbador me passou pela cabeça .. o Suicídio ......................... 

Sunday, December 11, 2011

Abrir horizontes

A menos de um mês da próxima viagem, aquela que antecederá o meu internato (intenda-se internato o "estagio profissional"). As feromonas começam a saltar como quando tinha os meus 15/16 anos e avistava um menino, mas agora o motivo alterou-se, elas saltitam quando se fala em viajar. Vamos lá meninas, apertar o cinto, vamos gritar para novas terras, vamos lá visitar uma das mais famosas montanhas do mundo. 


Até à data ainda passará o natal, festa do amor e das prendas (aposto que não vou ver o amor), depois a passagem de anos que mais uma vez é uma festa, desta vez festa da bebedeira e dos flash backs buh odeio a passagem de ano.


Contudo, ainda tenho os meus estudos de mestrado a adiantar, os trabalhos a fazer e as explicações para preparar, porque higrófilos, mesófilos, mesófilas e xerófilos  já não faziam parte do meu vago dicionário. buh... 


Como podem comprovar por vocês mesmos, este tempo que fiquei caladinha que nem um caracol deveu-se a este fator, o fator trabalho.