Sunday, October 27, 2013

MARROCOS - A Viagem ao Deserto do Saara

Pela segunda vez numa aventura por Marrocos.
Pois é, voei mais uma vez para Marrocos e novamente devo dizer que este pais é um tudo e um nada e eu simplesmente adoro-o. Aqui, existe qualquer coisa de diferente que não é fácil explicar. 
A cultura marroquina nada tem a ver com a Europa, por exemplo a religião aqui é maioritariamente muçulmana. 


Em portugal, é frequente haver feiras marroquinas, e sempre que os visitamos é também comum "batalhar" o preço com eles. Em Marrrocos é mesmo assim, faz parte da cultura destes, os comerciantes marroquinos estão constantemente a "empurrar-nos" (a nós turistas) para dentro das suas lojas e, como já referi, tudo nas lojas é negociável,  desde uma simples garrafa de água a um conjunto de chá ou uma peça de vestuário. Faz tão parte da cultura deles marralhar o preço como na nossa sair de casa para beber um café. No inicio torna-se incomodo de cada vez que queremos algo ter-mos de o batalhar, mas tudo se torna uma questão de habito. 
Ex.
O Carlos comprou uma camisola que inicialmente o comerciante lhe pedia 200dih (aproximadamente 20euros), e o Carlos ofereceu-lhe 60dih (6 euros). No final, acabou a comprar a camisola por 65dih (6,5euros, aproximadamente).
Ou um conjunto de chá que nos foi pedido, 500dih e no fnal já nos deixava trazer por 100dih. 


A razão de voltar pela segunda vez a Marrocos prendeu-se com o facto de da ultima vez não ter tido tempo de fazer a tão desejada viagem ao deserto. Desta vez foi a primeira coisa a tratar. Reservamos a primeira noite num hostel em Marraqueche, e logo no primeiro dia tratamos de comprar a "tal" viagem de três dias ao deserto. Partimos no dia seguinte às 7h da manha. 
Connosco viajavam mais 10 pessoas, 1 Espanhola, 2 Franceses, 2 Holandeses, 3 Coreanos, 1 Australiano e uma Singapurense. 













Na viagem a caminho do deserto podemos contemplar paisagens fantásticas, daquelas que vemos muitas vezes  "na Internet" ou até em filmes, aquelas que achamos surreais. Dentro de mim havia uma explosão de sentimentos porque aquilo era bom demais, cheguei mesmo a pensar - "Eu devo estar a sonhar!". Sempre imaginei que a viagem ao deserto fosse uma coisa espetacular, mas isto ultrapassou sem dúvida esse "espetacular". 






Na primeira noite ficamos num hotel no meio do nada, ou seja no meio de altas montanhas, montanhas desertas de árvores ou qualquer outro arbusto verdes, eram simplesmente montanhas castanhas. No dia seguinte levanta-mo-nos às 6h30 e continuamos o caminho para o deserto. 
Visitamos, também pelo caminho, a cidade onde foram realizados vários filmes, como o "Gladiador" ou o "Indiana Jones", entre outros. 





Devo referir que o nosso motorista era "grande cromo"?! Sim, ele era mesmo muito porreiro, o olhar dele era tão singelo que se tornava notório que era mesmo boa pessoa. De cada vez que parávamos, o senhor motorista olhava para trás, mirava-nos e depois iniciava sempre a conversa com - "good Morning", fosse lá a hora que fosse (na boca dele suava  'Gude môning"). 



No segundo dia chegamos ao deserto. Entramos dentro de uma vila muito pequena com estradas muito estreitas e paramos por ai, entre essas ruas, para irmos para uma dessas casas. Sabia que estávamos perto do deserto mas não conseguia ver nada para lá das casas uma vez que estávamos no meio delas. Entramos na pequena casa e eu segui até ao final do pequeno corredor onde contemplava uma porta .
Chegada à porta fui apanhada de surpresa, UAH, tudo ali atrás era deserto, aquela era como se fosse "a porta para o deserto", aquilo era realmente sumptuoso. Pensei - "Não estarei a sonhar!". Foi a visão mais bonita que algum vez tive. Mais uma vez tive uma explosão de sentimentos, apetecia-me gritar - "estou no deserto Saara!", -  apetecia-me chorar de alegria, apetecia-me pular, dançar, sei lá, contudo, fiquei petrificada e limitei a mirar. Tudo era tão perfeito.
Mais tarde  apareceram os 12 camelos, e caminhamos em cima deles durante cerca de uma hora para as tendas, onde iríamos passar a noite. Presumo que estivéssemos a uns 3-4 kms do local que partimos. Fomos para o "meio" do deserto. À noite começou a chuviscar.  

O jantar foram 3 enormes travessas de batatas  e cenouras ensopadas com frango. Cada um de nós tinha um garfo e, sentados no chão todos comíamos do mesmo "prato". O que para muito pode parecer nojento para mim foi uma experiência hippy espectacular. Depois do jantar subimos uma enorme duna de areia para conseguirmos contemplar uma cidade lá de cima. Aquilo era paranormal, era totalmente escuro à nossa volta, não havia ponta de luz, sabíamos puramente que estávamos a subir uma duna de areia, mais nada. À nossa volta só existíamos "nós", não havia ponta de barulho. 

À noite, quando nos íamos deitar alguém perguntou - "A que horas nos devemos levantar amanhã?" - na qual o responsável pelas tendas respondeu - "Amanhã é outro dia." ... 
Levanta-mo-nos no dia seguinte às 5h30 da manha, ao som do bater das palmas do senhor que andava de tenta em tenda. Voltamos de Camelo enquanto o sol se levantava no horizonte. Mais uma vez.... impossível descrever.... 

Após os 3 dias da viagem ao deserto ficamos hospedados, mais 3 dias, num hotel em Marraqueche. O Hotel era fantástico e as pessoas que lá trabalhavam eram bastante hospitaleiros. Pouco tempo após chegarmos ao quarto, no primeiro dia, uma das senhoras bate-nos à porta e serve-nos um delicioso chá (chá preto + chá de menta). Os pequenos almoços também eram fantásticos.

Aspetos negativos de Marraqueche: Existem 3: Os amontoados de lixo que consequentemente emanam odores, a poluição é imensa, e o clima - God, é muito calor, mesmo já sendo finais de Setembro. 

A Praça principal  de Marraqueche é todas as noites invadida por cerca de +/- 10.000 pessoas, entre muitos Turistas mas também animadores de cobras, macacos, há ainda tendas de produtos tradicionais, vendedores, e até comidas são servidas em mesas compridas naquela praça. Há um enorme movimento na praça. È idêntico às nossas festas tradicionais, mas aqui a festa é todos os dias.

Bem, o ultimo dia não me correu muito bem. Ao pequeno almoço, entre outras coisa comi 3 crepes deliciosos que não me fizeram nada bem. Não consegui almoçar de tão enjoada que me sentia. o nosso voo foi por volta das 15h. Enquanto esperávamos na fila para o passaporte controle eu comecei a sentir-me cada vez pior. Já não me aguentava de pé e sentia que devia estar com uma cor moribunda. Quando chegou a minha vez de entregar o passaporte e me tive de levantar, bem.. foi a gota de água. Assim que entreguei o passaporte ao revisor desfiz-me em vómitos - QUE VERGONHA - até o meu bilhete de avião padeceu. 
Só consegui voltar a comer eram já umas 22h quando nos instalamos no hostel em Valência, mas assim que meti a primeira colher de sopa à boca senti necessidade de correr para a casa de banho e vomitar novamente. Em suma, nunca mais como 3 crepes ao pequeno almoço. (Fizemos escala em Valência).  

Quando o voo de Valência aterrou no Porto, como sempre deixei-me ficar sentada à espera que os mais impacientes saíssem.  Entretanto, quando já era possível levantar-mo-nos e tirar a mala, assim o fizemos e caminhamos para a saida do avião. À minha frente ia uma senhora que entretanto olha para trás à procura da filha:
"Olga?"
"Fernanda?"
Lol, ali mesmo à minha frente ía a Fernanda, uma colega do meu ex. local de trabalho.